""tendo poucas forças, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome."

Carta a igreja de Filadelfia - Apoc. 3.8


segunda-feira, 29 de outubro de 2012



DÉCIMA LIÇÃO – A CRISTOLOGIA DE SÃO JOÃO
1. Vimos a cristologia nos Evangelhos sinóticos. (sinótico:origina-se de uma palavra grega
que significa “o que permite ver um conjunto com um só olhar; vista de conjunto”. Chamam-se
evangelhos sinóticos os três primeiros evangelhos, Mt, Mc e Lc, que podem ser facilmente
colocados em colunas.paralelas, já que narram os mesmos fatos ou ensinamentos. Podem ser lidos
em sinopse (uma visão conjunta) ou três colunas paralelas). Mt, Mc e Lc, apresentam muito
material semelhante sobre a vida de Cristo o que pode ser comprovado com uma rápida verificação
de uma Harmonia dos Evangelhos. Os sinóticos, cada qual com sua perspectiva própria descrevem
a Jesus. As diversas cristologias significam diversos retratos de Jesus e ficam como heranças para
alimentar a fé de gerações de fiéis cristãos. Esses modos de ver não se contradizem. Dentro da
diversidade devemos buscar o que é constante. Se Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, é
dentro deste contexto da diversidade que devemos buscar o que é constante. O NT nos fornece uma
cristologia profunda, e tem ao mesmo tempo, a capacidade de manter a unidade na diversidade. A
cristologia deve descrever e sintetizar os diversos modos como os escritos do NT apresentam a
pessoa e o significado de Jesus. Cada evangelista conta uma história de Jesus e, no fim da narrativa,
o leitor ou ouvinte atento terá apreendido algo sobre Jesus e sua obra. Estas histórias fornecem um
quadro de referências no qual os leitores podem entender: a relação de Jesus com Deus e a
humanidade; o significado de sua vida, morte e ressurreição; e os títulos atribuídos a Ele
2. O quarto evangelho, escrito no fim do século I, como fruto de longa reflexão e vivência
cristã do Apóstolo João e de seus discípulos. João ocupava na comunidade de Jerusalém um lugar
de destaque. Paulo conta-o entre as “colunas da Igreja” (Gl 2,9). João é o que mais desenvolve a
figura de Cristo entre os evangelistas. Nos transmite uma cristologia bastante desenvolvida. A
cristologia está no centro da teologia joanina. O auge da Cristologia do NT é o evangelho de João.
A questão cristológica fundamental é a da origem: de onde vem Jesus? O 4º evangelista quer
transmitir aos seus leitores o mistério da pessoa de Jesus, ou seja, o fato de que Ele, o Filho de
Deus, vem de Deus. Em S.João, a divindade de Jesus aparece claramente. É o Filho preexistente
que o Pai enviou ao mundo; vive em uma relação única com o Pai. Porque o Pai o enviou ao
mundo, ele e o Pai são um, o Pai habita nele e ele está no Pai (10,30.38). No final de sua obra o
evangelista afirma porque escreveu o seu evangelho: (Ler 20,31). Ao escrever isto, o evangelista
identifica “Messias e Filho de Deus” como os principais títulos para identificar e confessar Jesus. O
evangelista apresenta Jesus e Jesus apresenta-se a si mesmo, como aquele que vem do céu para
revelar-se como o enviado do Pai. Tendo completado a obra que o Pai lhe confiou, volta para aquele
que o enviou.

3. O Cristo de João:
* O Lógos: São João é o único autor do NT que se serve do vocábulo grego lógos para
designar o Cristo (Jo 1,1.14; 1 Jo 1,1; Ap 19,13). Jo utiliza o termo grego lógos, ”palavra,
pensamento” para designar a Palavra de Deus que feita carne, falou aos homens. Utiliza o vocábulo
lógos (Palavra) para designar o Cristo preexistente (anterior à criação do mundo) ou o Filho de
Deus, que se manifestou na carne humana para revelar aos homens o Pai e o seu plano de salvação.
Também em latim e nas línguas modernas chamamos a Cristo de o Verbo, a palavra eterna de Deus
que se manifesta. A todo homem o Verbo fala, de todo homem espera uma resposta. E o destino
eterno desse homem depende da sua resposta.
* A Encarnação: Jo é o evangelista que mais insiste no fato de que o logos (ou Deus Filho)
se fez carne (1,14). A insistência aparece também no prólogo da 1a. epístola de Jo: 1 Jo 1,1s; 4,2; 2
Jo 7. Começando seu Evangelho pela referência ao Verbo ou ao Filho de Deus preexistente
(existente antes do mundo), Jo realiza o que se chama “a cristologia de cima para baixo”, uma
“cristologia do alto, elevada”. Cristologia que parte de que Jesus é Deus, que se digna de viver na
carne humana. Os Evangelhos sinóticos deram ensejo a outro modo de ver, ou seja, à ”cristologia de
baixo para cima”, pois começam por apresentar o homem Jesus, que aos poucos se vai revelando
como Deus e morre precisamente porque “blasfemou” ou se professou “o Filho de Deus” (Ver Mt
26,63-65; Mc 14,61-64; Lc 22, 66-71)
* Igual a Deus e Revelador do Pai e do Espírito: A transcendência do “homem Jesus” se
revela, também através do emprego da expressão “Eu sou” sem predicado ou complemento. Esta
fórmula faz alusão ao nome Iahveh com que Deus de revelou no Antigo Testamento (Ex 3,13-15),
indicando assim a igualdade de natureza (divina) existente entre o Pai e o Filho. Eu sou que recorda
a revelação do Horeb (outro nome dado ao monte Sinai, montanha na qual Moisés recebeu a
revelação de Javé) evidencia o caráter divino de Jesus. Vejamos quatro casos de ocorrência da
fórmula: (13,19; 8,24; 8,28; 8,58). Jesus reivindica a participação na eternidade de Deus. Nestes
textos Jesus aplica a si mesmo o nome divino.
A unidade entre Jesus e o Pai é afirmada claramente em outras passagens, como: 10,30;
10,38. Jesus é igual a Deus porque o Pai mostrou-lhe todas as coisas e deu-lhe autoridade para fazer
o que Deus faz: dar a vida e julgar. Jesus é igual ao Pai porque foi a Ele que o Pai mostrou-lhe todas
as coisas (5,20). Portanto, honrar o Filho a quem o Pai enviou ao mundo é honrar o Pai (5,23). Para
ser salvo, o mundo deve conhecer o Pai. Portanto, o Pai enviou o Filho ao mundo para que, vendo e
3ouvindo o Filho, o mundo possa ver e ouvir o Pai. Quando Jesus volta para o Pai que o enviou,
enviará os seus discípulos ao mundo para anunciarem o que ele ouviu e viu na presença do Pai.
Portanto, a “obra” que Deus exige é crer naquele que Deus enviou (6,29).
Conseqüentemente Jesus é o Revelador do Pai: 14,9-11. Visto que a Palavra se fez carne,
Jesus é a revelação perfeita de Deus. Jesus, como Filho, viu Deus, explicou Deus aos homens
(1,18). O Jesus joanino é a revelação de Deus. Vê-lo e ouvi-lo é ver e ouvir o Pai. Jesus revela-se e
revela Deus. Toda a vida de Cristo é Revelação do Pai. Podemos invocar a Deus como Pai porque o
Filho de Deus feito homem nos revelou. O Filho é a palavra definitiva do Pai, de sorte que depois
dele não haverá mais outra.
Tudo o que Ele diz e faz realiza em união com seu Pai. Nele está o Pai, e Ele está no Pai. As
palavras que pronuncia são do Pai, as obras que realiza foram-lhe dadas pelo Pai. Quem o vê, vê o
Pai.
Ao despedir-se dos discípulos, Jesus promete enviar-lhes o Espírito Santo. Jesus, a Palavra
que se fez carne, está para voltar para o Pai. A sua volta acontecerá quando for levantado na cruz,
sua exaltação e glorificação. Quando voltar ao Pai, Jesus preparará um lugar para os seus discípulos
e enviar-lhes-á outro advogado. Este é dito “Paráclito ou outro Paráclito” (= advogado, consolador),
que continuará a obra de Jesus. Procede do Pai na eternidade, e na plenitude dos tempos é enviado
ao mundo pelo Pai e pelo Cristo glorificado: (15,26; 14,16; 16,13-14). Jesus, portanto, é o revelador
do mistério de Deus, ou seja, da Trindade de Pessoas num único Deus.
* Jesus Salvador: O Evangelho de João enfatiza também muito a obra salvífica de Jesus:
(3,16-17). Também, o dom mais valioso que Jesus tenha dado aos homens em nome do Pai, o da
vida: (10,10; 11,25-26).A morte se torna a passagem da vida passageira para a vida definitiva.
* Identificação de Jesus: O Evangelho de João identifica Jesus de numerosas maneiras: a
Palavra (1,1-18), o Cordeiro de Deus (1,29.36), o Messias, o Rei de Israel (12,12-13; 18,37), o Filho
de Deus,o Salvador do mundo (3,17), o Santo de Deus (6.69), o Filho, o Filho do Homem, Senhor e
Deus (6,68;12,13; 13,13; 20,28).
Messias e Filho de Deus são os principais títulos desse escrito. (Leia novamente 20,31).
Messias: Há várias referências ao Messias (Christos) no quarto evangelho: (1,17.41.45;
10,24-25; 11,25-27; 17,3). Em 4,25-26, Jesus diz explicitamente que é o Messias; Jesus é o Messias
que fala. No evangelho de Jo, o Messias é aquele que vem de cima, aquele que Deus enviou ao
mundo. Filho de Deus: Algumas vezes nos lábios de Jesus: (5,25; 10,36; 11,4); ou de interlocutores
como João Batista (1,34), Natanael (1,49), Marta Filho do Homem: Indica o destino de Jesus como aquele que deve sofrer, morrer, ressuscitar
dos mortos e voltar para o Pai. Jesus refere-se a si mesmo como o Filho do Homem quando fala de
seu destino de ser exaltado quando for levantado na cruz. (1,51; 3,14-15; 8,28; 12,32-34). A
linguagem “levantar”, indica Jesus como aquele que será exaltado quando for levantado na cruz.
Quando Jesus percebe que chegou a hora de sua morte, Ele diz que chegou a hora de o Filho do
Homem ser glorificado (12,23). Ao se referir a si mesmo como o Filho do Homem, Jesus indica a si
mesmo como aquele que vem de Deus e, será exaltado, isto é, glorificado, quando for levantado na
cruz. Filho do Homem não se refere a um personagem messiânico que o povo esperava. Filho do
Homem é a maneira como o Jesus joanino fala de sua origem em Deus e seu destino de ser
glorificado.
4. A Descrição que Jesus faz de si mesmo
Jesus no evangelho de João prega a si mesmo. O pregador passa a ser pregado, mas por si
mesmo. Outra diferença importante entre o Jesus dos Sinóticos e o de João é o lugar das
declarações EU SOU nos lábios de Jesus. Quem é Jesus e o que Ele é para nós; afirma ser aquilo
que na verdade estamos procurando. A fórmula EU SOU é uma das expressões típicas da
cristologia joanina: aparece 26 vezes (Mt 1 vez, Mc 2 vezes, Lc 2 vezes). As afirmações que Jesus
faz de si mesmo constituem um dos aspectos mais característicos do quarto evangelho quando
comparado com os sinóticos: “Eu sou”, as auto-afirmações de Jesus. O Jesus joanino aponta para si
mesmo. A intenção de Jesus é pôr em relevo o predicado, mediante o qual expressa algo que
esclarece sua função. Não existe outro “eu” além do de Jesus. O evangelista designa Cristo em
referência ao que Ele dá. “Eu sou” está a serviço da cristologia e soteriologia joanina. São como
uma espécie de “artigos da fé” da teologia joanina. Esses dizeres colocam o homem diante de uma
alternativa: aceitar ou recusar o Verbo que se fez carne. Entre as afirmações que faz estão as
seguintes:
* Eu sou o pão da vida: (6,35). Sem Ele a alma do homem morre faminta. Cristo o Enviado
de Deus, que saciará a fome e a sede mais profunda da humanidade. Jesus é o pão da vida, porque
crer nele é participar da verdadeira vida. Ver também (6,48.51.54.56).
* Eu sou a luz do mundo: (8,12). A imagem da luz é freqüente no AT para designar o
Messias: o Isaías profetizou que uma grande luz iluminaria os povos que estavam mergulhados em
trevas (Is 9,1-6); que o Messias havia de ser luz das nações (Is 42,6); o salmista falava de Deus
como luz que dá fortaleza. Esta imagem era conhecida no tempo de Jesus Cristo: empregam-na
5
Zacarias (Lc 1,79), e Simeão (Lc 2,30-32). O Senhor aplica a si mesmo esta imagem: é luz que
ilumina a inteligência por ser a plenitude da Revelação divina; e é também luz que ilumina o
interior do homem para que possa aceitar essa Revelação e fazê-la vida sua. É Ele que aclara o
sentido e o destino da existência humana. É a luz da humanidade, revela e comunica a vida de Deus.
”Luz” designa a revelação pessoal e histórica do Deus que salva a humanidade através do verbo
encarnado. A luz de Deus brilha sobre a existência humana e dá aos homens o conhecimento do
sentido e da finalidade da vida. Sem Jesus toda a criatura está às escuras, não encontra o sentido da
vida. Há necessidade de nos deixarmos iluminar por essa luz que é Ele mesmo. A Igreja não tem
outra luz senão a de Cristo. Definindo-se com a luz do mundo, Jesus apaga de uma vez por todas as
luzes que porventura aparecessem no futuro. Ver também (1,9; 3,19; 9,5; 12,35-36.46).
* Eu sou a porta das ovelhas: (10,7.9). Jesus é a porta pela qual se entra no Reino e se
alcança a salvação. Jesus é a porta, e aqueles que entrarem por ele serão salvos porque virão ao Pai.
O Cristo salva da morte e de tudo que tende a destruir o homem. “Cristo é para mim a porta para
entrar em vós: por Cristo entro não nas vossas casas, mas nos vossos corações”. (S.Agostinho).
* Eu sou o bom pastor: (10,11.14). É o cuidado terno e devotado de Jesus por seu povo.
Cuida do rebanho com extremo cuidado, e dá sua vida pelas ovelhas; “fez o que tinha dito”, diz São
Gregório. Ver também (10,15).
* Eu sou a ressurreição e a vida: (11,25). É a Ressurreição porque com a Sua vitória sobre a
morte é causa da ressurreição de todos os homens. Para o crente a morte não é o fim, mas a
passagem para a vida eterna. Quem crê nele, ainda que morra fisicamente, viverá espiritualmente e
eternamente. Ver também (11,26; 6,39-40; 5,25).
* Eu sou o caminho, a verdade e a vida: (14,6). Quem segue o caminho certo alcançará
também a meta certa. Eu sou o caminho porque sou a verdade e a vida. Jesus é o caminho enquanto
revela o Pai. Ele nos faz conhecer o caminho para o Pai. É um caminho autêntico, verdadeiro. Ele é
o único acesso ao reino de Deus, ao Pai. Jesus é o caminho para o Pai: pela Sua doutrina, pois
observando o Seu ensinamento chegaremos ao Céu; pela fé que suscita, porque veio a este mundo
para que “todo que crer tenha vida eterna”; pelo Seu exemplo, já que ninguém pode ir ao Pai senão
imitando o Filho. O Filho é a vida (3,15) e a dá aos que nele crêem (1,4.12; 5,24; 20,31) Vida em
sentido qualitativo e integral que corresponde a vida eterna. Ver também (8,31-32; 18,37;10,10).
6
* Eu sou a videira: (15,1.5). Jesus é a videira verdadeira; os cristãos são os ramos. Ele é a
videira sem a qual os ramos não podem viver porque revela Deus àqueles que crêem nele. A videira
deve produzir boas uvas das quais será feito o delicioso vinho. É a fonte de todo fruto espiritual. O
fruto é a santidade de uma vida fiel aos mandamentos, especialmente ao do amor (15,10-17). Nós
como ramos da videira, com Cristo e a partir de Cristo podemos e devemos produzir o fruto que o
Senhor espera de nós: o amor. A videira significa a união inseparável de Jesus com os seus. Cristo
é que dá vida e fecundidade aos ramos, quer dizer, a nós que pela Igreja permanecemos nele, e sem
o qual nada podemos fazer. Ver também (15,2-4.6-8).
João nos fornece sinais e discursos para esclarecer o que pretende. Por exemplo, Jesus
afirma que é o pão da vida após ter alimentado a multidão (6,14). Depois que Jesus afirma que é a
luz do mundo, restaura a vista dum homem cego (9,5-7). Depois de afirmar que é a ressurreição e a
vida, ressuscita Lázaro.
O ponto central desses ditos é identificar Jesus como a revelação de Deus que dá vida, que
ilumina o mundo dos seres humanos. Somente Jesus Cristo, Revelador do Pai, pode dizer “Eu sou o
pão, a luz, a verdade...”. Esses ditos esclarecem o que significa chamar Jesus de Messias e Filho de
Deus. Os “eu sou” seguidos de um atributo não são outra coisa que a revelação da realidade divina,
que se manifestou sobre a terra em Jesus.
O homem precisa e em última análise só deseja uma coisa: vida, a vida plena, a “felicidade”.
Numa passagem em João, Jesus chama a isto que nós esperamos de a “perfeita alegria (16,24).
5. AS EPÍSTOLAS JOANINAS: (epístola: o termo epístola é latino e é reservado para cartas
importantes, especialmente para as que os apóstolos escreveram. Em nossos dias tornou-se corrente
designá-las com o termo cartas).
* Anticristos, falsos profetas e enganadores: As epístolas joaninas identificam aqueles que
destruíram a vida da comunidade como anticristos, falsos profetas e enganadores. Durante algum
tempo eles pertenceram à comunidade, pelos menos exteriormente (1 Jo 2,19; 2Jo 7), mas a sua
saída da comunidade prova que de fato nunca pertenceram a ela. Tinham uma posição herética em
matéria de cristologia: recusavam ver em Jesus o Messias (1Jo 2,22) e o Filho de Deus (1Jo 4,15;
2Jo 7); rejeitavam a encarnação (1Jo 4,2; 2Jo 7). O autor chama esses falsos profetas de anticristo,
isto é, aquele que se opõe a Cristo e a sua obra. A importância das falsas doutrinas que circulam
nas comunidades reflete-se no modo como João combate os “falsos profetas, os mentirosos, os
anticristos”. Diante dessas doutrinas, já prenunciam as heresias do século II. Os textos a seguir são
declarações do autor acerca daqueles que deixaram a comunidade: (1Jo 2,18-19.22.26; 4,1.3.5; 2Jo
7-11).
7
Pede a comunidade: permanecer no ensinamento ouvido desde o princípio (1 Jo 2,24);
escutar os que na Igreja, ensinam a verdade (1Jo 4,6); crer e confessar que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus (1 Jo 2,22-23; 4,2; 5,1.10).
* Filho de Deus e Cristo: Filho, Filho de Deus e Cristo são títulos para identificar Jesus.
“Filho ou Filho de Deus”, ocorre vinte vezes em 1Jo e duas vezes em 2Jo, enquanto “Cristo” ocorre
oito vezes em 1Jo e três vezes em 2Jo. “Filho de Deus” (1Jo 3,8; 4,15; 5,5.10.12.13.20) “Filho”(1Jo
1,3.8; 2,22-24; 3,23;4,9.10.14; 5,9.10.12.20; 2Jo 3 e 9). “Cristo” (1Jo 1,3; 2,1.22; 3,23; 4,2;
5,1.6.20; 2Jo 3.7.9). Na maioria dos casos, “Cristo” é parte do nome de Jesus, mas em 1Jo 2,22 e
5,1 ocorre com o artigo: “o Cristo”.
Em 1Jo 5,13, coloca claramente a intenção do autor. João pede aos cristãos que sejam, por
sua vida de amor, testemunhas de sua fé no Filho de Deus.
As confissões de fé têm sempre como sujeito Jesus: (1Jo 2,22; 4,15; 5,1; 5,5).
* Ele é também chamado de ”advogado, intercessor”(1Jo 2,1); o “justo” (1 Jo 2,1; 2,29;
3,7); “Salvador do mundo” (1Jo 4,14); “aquele que é desde o princípio” (1Jo 2,13.14); o
“verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5,20).
* O Filho de Deus veio na carne, tanto pelo sangue como pela água: Lembra aos seus
ouvintes que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio na carne, e não apenas pela água, mas também pela
água e o sangue (1Jo 5,6). Portanto, não apenas estava o Filho de Deus presente no batismo de Jesus
(a água), mas estava também presente na morte de Jesus na cruz (o sangue). Conseqüentemente, a
morte de Jesus na cruz foi a morte do Filho de Deus que veio na carne; foi um sacrifício de
expiação pelos pecados ( 1Jo 1,7; 2.2.12; 3,5; 4,10). O Filho de Deus veio na carne, tanto pelo
sangue como pela água, de modo a se tornar um sacrifício de expiação pelos pecados do mundo
inteiro.
6. A cristologia de São João é a mais evoluída e aprofundada dentre os Evangelhos. A
intenção básica é proclamar a fé em Jesus para provocar a fé dos outros.(11,27) ou o próprio evangelista que o usa (20,31).


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